Pessoal do 2º EJA, segue o texto para imprimir e trazer na próxima aula:
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Profª Denize
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Uma visita à Fisicalândia
A experiência de um professor piauiense do ensino médio no curso de física do Cern ou como a experimentação e a discussão de temas relevantes e atuais podem estimular o aprendizado e o interesse pela ciência.
Publicado em 11/09/2012 | Atualizado em 11/09/2012
Nas instalações do Cern, docentes brasileiros tiveram a oportunidade conhecer algumas das aparelhagens mais modernas do mundo da ciência. (foto cedida pelo entrevistado)
Cerca de 7.500 quilômetros separam Teresina, no Piauí, e Genebra, na Suíça. Mas, para um professor brasileiro, percorrer essa distância foi uma verdadeira expedição à Lua. Antônio Araújo Rodrigues foi um dos 30 docentes brasileiros convidados a integrar a turma deste ano da Escola de Física do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern). De volta ao país, ele e os colegas têm agora a missão de propagar, em seus estados e salas de aula, a experiência vivida em uma das mais importantes instituições científicas do mundo.
Esta é quarta vez que um grupo de professores brasileiros participa do curso do Cern. Financiada pela Capes, a iniciativa é fruto de uma parceria entre o centro europeu, o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em Lisboa, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e a Sociedade Brasileira de Física. A participação brasileira na escola já foi, inclusive, notícia aqui na CH On-line.
A edição de 2012 contou com dez professores brasileiros a mais do que no ano passado. Na sede do Cern, na Suíça, eles se juntaram a 50 docentes portugueses (também do nível médio de ensino) e a representantes das demais nações integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Os participantes puderam conhecer as principais instalações do Cern e aprender mais sobre a física de partículas e sobre o trabalho desenvolvido no centro. Esse mergulho de uma semana no cerne da física de partículas e nos fundamentos da matéria foi conduzido por professores de diversas nacionalidades – especialmente por portugueses, mas também por alguns brasileiros –, a maioria integrante de equipes da instituição.
De volta ao Brasil, ele retoma suas atividades de ensino e divulgação da ciência, modificado pela vivência no Cern e disposto a estimular ainda mais a paixão pela ciência em seus estudantes.
CH On-line: Como você recebeu a notícia de que integraria a turma de 2012 da Escola de Física do Cern?
Antônio Rodrigues: Confesso que fui surpreendido. Eram apenas 20 vagas [30 docente acabaram selecionados] para professores de várias partes do país, de escolas públicas e particulares. Mesmo que o Piauí seja um dos centros que mais envia alunos para pós-graduações nas maiores universidades de física do Brasil, nosso estado sempre é colocado à parte quando se trata desse tipo de processo. Ao incluir professores da região Norte e Nordeste na iniciativa, você está permitindo tornar público o conhecimento científico produzido nesses grandes centros e fora deles, assim como o que é produzido nos pequenos centros, como é caso do Piauí.
Fantástica! Foi uma experiência sem igual conhecer Genebra, cidade na qual se encontra a maior construção científica da humanidade, visitar a imensidão da área onde está localizado o acelerador. Infelizmente, não foi possível ter acesso ao acelerador em si, pois a radiação emitida é muito intensa. Mas o simples fato de comer no refeitório do laboratório, que chamamos de ‘Torre de Babel’ pela infinidade de línguas faladas ali, foi uma experiência sem igual. É um privilégio enorme para qualquer professor de física, seja do ensino médio ou do ensino superior. É como se você fosse banhado por uma cachoeira de física e tecnologia!
Quais foram os conteúdos apresentados no curso?
As aulas abordaram temas muito variados. Aprendemos mais a respeito dos estudos sobre o bóson de Higgs, colisões de íons pesados, novos estados da matéria, desenvolvimento de circuitos eletrônicos e sistemas de aquisição de dados, usados para a detecção de partículas no Cern, além de outros detalhes dos experimentos Atlas e CMS. Mas a busca por compreender melhor os constituintes fundamentais da matéria através da colisão de partículas foi sem dúvida a parte mais instigante, por levar a tantos novos questionamentos.
O que mais chamou atenção na sua visita?
Foi tudo muito intenso e compacto. O roteiro era levantar cedo, assistir às palestras dos pesquisadores que se propuseram a oferecer o curso, a maioria portugueses, e, em seguida, visitar as principais dependências dos laboratórios. Ver in loco o funcionamento do miniacelerador de partículas em funcionamento no detector CMS foi uma experiência sem tamanho. Tudo serviu para aprofundar meus conhecimentos e aumentar minha curiosidade sobre o assunto.
Como foi a interação do grupo brasileiro com a equipe do Cern?
Foi muito interessante, todos eram muito receptivos e se admiravam com a nossa disposição. Estávamos ávidos por conhecer tudo, ou pelo menos uma parte do conhecimento ali produzido. Muitos deles ficavam até assustados com a empolgação do nosso grupo, pois esbanjávamos uma alegria contagiante por vivenciar tal momento. Parecíamos crianças na Disneylândia ou astronautas fazendo uma viagem pelo espaço!
Deu para sentir um frisson ainda em função da recente descoberta de um bóson que pode ser o Higgs?
Sim, eles estão muito preocupados em confirmar por completo os resultados obtidos. Tanto é que os cientistas não param de olhar os dados obtidos nos detectores dos aceleradores. Pelas palestras do curso, me pareceu que ainda este ano darão a resposta se realmente o bóson é ou não o Higgs.
Você costumava abordar essa área da física com seus alunos? Considera isso importante?
Confesso que não abordava esse conteúdo, até porque não dá muito tempo de explorar a física moderna no ensino médio. Mas uma das minhas metas agora é proporcionar aos alunos esse conhecimento, de modo gradativo. Da forma como é proposto hoje, o ensino de física é, muitas vezes, desestimulante para os alunos; não consegue transmitir o caráter criativo, fascinante e questionador da ciência. Temos que buscar uma metodologia ativa, que priorize a curiosidade e o esforço intelectual na resolução de problemas, para fazer da ciência uma fonte de prazer e de transformação na vida dos cidadãos. É preciso alterar os currículos para dar mais ênfase aos estudos modernos e não só à física clássica. A experiência no Cern me fez perceber o quanto nós professores estávamos fora de uma realidade mundial. A física está muito além do que aprendemos nas escolas e universidades. O conhecimento é produzido na velocidade da luz. No Cern, ele é sentido até na respiração, está no ar!
Como você pretende disseminar o que aprendeu e usar essa experiência para estimular alunos e colegas professores?
Pretendo apresentar palestras nas escolas públicas do estado, chamar a atenção dos alunos para esses assuntos importantíssimos da humanidade. Também quero incentivar meus colegas professores a estimular, nos estudantes, o gosto pela ciência, fundamental para formar futuros cientistas preocupados em estudar os mistérios do universo. Uma proposta é tentar abordar a física de partículas de forma lúdica, com vídeos e experimentos simples que estou elaborando. As escolas deveriam ter um professor dedicado à produção de material experimental, trabalhando junto com os demais. Minha participação no Cern só reforçou essa ideia. Também acho fundamental a realização de mais eventos de divulgação científica pelas escolas e universidades, pois esse tipo de atividade possibilita uma formação cultural e científica mais sólida. Mas é claro que tudo depende de um interesse mais amplo do 'sistema' nesse tipo de iniciativa.
Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line
Esta é quarta vez que um grupo de professores brasileiros participa do curso do Cern. Financiada pela Capes, a iniciativa é fruto de uma parceria entre o centro europeu, o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em Lisboa, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e a Sociedade Brasileira de Física. A participação brasileira na escola já foi, inclusive, notícia aqui na CH On-line.
A edição de 2012 contou com dez professores brasileiros a mais do que no ano passado. Na sede do Cern, na Suíça, eles se juntaram a 50 docentes portugueses (também do nível médio de ensino) e a representantes das demais nações integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Os participantes puderam conhecer as principais instalações do Cern e aprender mais sobre a física de partículas e sobre o trabalho desenvolvido no centro. Esse mergulho de uma semana no cerne da física de partículas e nos fundamentos da matéria foi conduzido por professores de diversas nacionalidades – especialmente por portugueses, mas também por alguns brasileiros –, a maioria integrante de equipes da instituição.
- Grupo de professores do ensino médio de diversos países de língua portuguesa - 30 deles do Brasil - na Escola de Física promovida nas instalações do Cern, na Suíça. (foto: Cern)
De volta ao Brasil, ele retoma suas atividades de ensino e divulgação da ciência, modificado pela vivência no Cern e disposto a estimular ainda mais a paixão pela ciência em seus estudantes.
CH On-line: Como você recebeu a notícia de que integraria a turma de 2012 da Escola de Física do Cern?
Antônio Rodrigues: Confesso que fui surpreendido. Eram apenas 20 vagas [30 docente acabaram selecionados] para professores de várias partes do país, de escolas públicas e particulares. Mesmo que o Piauí seja um dos centros que mais envia alunos para pós-graduações nas maiores universidades de física do Brasil, nosso estado sempre é colocado à parte quando se trata desse tipo de processo. Ao incluir professores da região Norte e Nordeste na iniciativa, você está permitindo tornar público o conhecimento científico produzido nesses grandes centros e fora deles, assim como o que é produzido nos pequenos centros, como é caso do Piauí.
“O simples fato de comer no refeitório do laboratório, que chamamos de ‘Torre de Babel’ pela infinidade de línguas faladas ali, foi uma experiência sem igual”
Como foi a experiência de visitar um dos mais avançados centros de pesquisa do mundo?Fantástica! Foi uma experiência sem igual conhecer Genebra, cidade na qual se encontra a maior construção científica da humanidade, visitar a imensidão da área onde está localizado o acelerador. Infelizmente, não foi possível ter acesso ao acelerador em si, pois a radiação emitida é muito intensa. Mas o simples fato de comer no refeitório do laboratório, que chamamos de ‘Torre de Babel’ pela infinidade de línguas faladas ali, foi uma experiência sem igual. É um privilégio enorme para qualquer professor de física, seja do ensino médio ou do ensino superior. É como se você fosse banhado por uma cachoeira de física e tecnologia!
Quais foram os conteúdos apresentados no curso?
As aulas abordaram temas muito variados. Aprendemos mais a respeito dos estudos sobre o bóson de Higgs, colisões de íons pesados, novos estados da matéria, desenvolvimento de circuitos eletrônicos e sistemas de aquisição de dados, usados para a detecção de partículas no Cern, além de outros detalhes dos experimentos Atlas e CMS. Mas a busca por compreender melhor os constituintes fundamentais da matéria através da colisão de partículas foi sem dúvida a parte mais instigante, por levar a tantos novos questionamentos.
O que mais chamou atenção na sua visita?
Foi tudo muito intenso e compacto. O roteiro era levantar cedo, assistir às palestras dos pesquisadores que se propuseram a oferecer o curso, a maioria portugueses, e, em seguida, visitar as principais dependências dos laboratórios. Ver in loco o funcionamento do miniacelerador de partículas em funcionamento no detector CMS foi uma experiência sem tamanho. Tudo serviu para aprofundar meus conhecimentos e aumentar minha curiosidade sobre o assunto.
“Parecíamos crianças na Disneylândia ou astronautas fazendo uma viagem pelo espaço!”
Como foi a interação do grupo brasileiro com a equipe do Cern?
Foi muito interessante, todos eram muito receptivos e se admiravam com a nossa disposição. Estávamos ávidos por conhecer tudo, ou pelo menos uma parte do conhecimento ali produzido. Muitos deles ficavam até assustados com a empolgação do nosso grupo, pois esbanjávamos uma alegria contagiante por vivenciar tal momento. Parecíamos crianças na Disneylândia ou astronautas fazendo uma viagem pelo espaço!
Deu para sentir um frisson ainda em função da recente descoberta de um bóson que pode ser o Higgs?
Sim, eles estão muito preocupados em confirmar por completo os resultados obtidos. Tanto é que os cientistas não param de olhar os dados obtidos nos detectores dos aceleradores. Pelas palestras do curso, me pareceu que ainda este ano darão a resposta se realmente o bóson é ou não o Higgs.
- Um dos representantes brasileiros na Escola de Física do Cern, o piauiense Antônio Rodrigues defende a importância de estimular a experimentação no ensino da física e de abordar assuntos relevantes e atuais em sala de aula. (foto cedida pelo entrevistado)
Você costumava abordar essa área da física com seus alunos? Considera isso importante?
Confesso que não abordava esse conteúdo, até porque não dá muito tempo de explorar a física moderna no ensino médio. Mas uma das minhas metas agora é proporcionar aos alunos esse conhecimento, de modo gradativo. Da forma como é proposto hoje, o ensino de física é, muitas vezes, desestimulante para os alunos; não consegue transmitir o caráter criativo, fascinante e questionador da ciência. Temos que buscar uma metodologia ativa, que priorize a curiosidade e o esforço intelectual na resolução de problemas, para fazer da ciência uma fonte de prazer e de transformação na vida dos cidadãos. É preciso alterar os currículos para dar mais ênfase aos estudos modernos e não só à física clássica. A experiência no Cern me fez perceber o quanto nós professores estávamos fora de uma realidade mundial. A física está muito além do que aprendemos nas escolas e universidades. O conhecimento é produzido na velocidade da luz. No Cern, ele é sentido até na respiração, está no ar!
Como você pretende disseminar o que aprendeu e usar essa experiência para estimular alunos e colegas professores?
Pretendo apresentar palestras nas escolas públicas do estado, chamar a atenção dos alunos para esses assuntos importantíssimos da humanidade. Também quero incentivar meus colegas professores a estimular, nos estudantes, o gosto pela ciência, fundamental para formar futuros cientistas preocupados em estudar os mistérios do universo. Uma proposta é tentar abordar a física de partículas de forma lúdica, com vídeos e experimentos simples que estou elaborando. As escolas deveriam ter um professor dedicado à produção de material experimental, trabalhando junto com os demais. Minha participação no Cern só reforçou essa ideia. Também acho fundamental a realização de mais eventos de divulgação científica pelas escolas e universidades, pois esse tipo de atividade possibilita uma formação cultural e científica mais sólida. Mas é claro que tudo depende de um interesse mais amplo do 'sistema' nesse tipo de iniciativa.
Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Desastre inevitável?
'CHats de ciência' desta semana aborda a polêmica sobre o aquecimento global e a relação entre nosso modo de vida, o sistema econômico capitalista e a saúde do planeta.
Por: Marcelo Garcia
Publicado em 05/09/2012 | Atualizado em 05/09/2012
Ricardo Iglesias fala sobre nosso modo de vida pouco sustentável e sua relação com as mudanças climáticas. (fotograma: reprodução)
Na esteira do debate ambiental reavivado pelas mais recentes alterações no Código Florestal, nesta semana a série 'CHats de ciência' apresenta a polêmica sobre o aquecimento global. O fenômeno, afinal, seria consequência do nosso modo de vida pouco sustentável? É possível pensar na adoção de energias alternativas em larga escala? Ou estamos a caminho de um desastre inevitável?
Quem se embrenha por essa discussão é o ecólogo Ricardo Iglesias, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No vídeo, ele aborda a necessidade mundial crescente de energia, petróleo e alimentos e debate a inviabilidade do sistema capitalista, para tentar prever as possíveis consequências não só ambientais, mas sociais e econômicas, do esgotamento da Terra.
Por sua atualidade e importância, o tema do aquecimento global está sempre em pauta na Ciência Hoje On-line – é regularmente abordado, por exemplo, na nossa coluna‘Planeta em transe’, publicada pelo biólogo Jean Remy Guimarães, também da UFRJ. Em julho, os textos de Guimarães foram publicados em formato de livro, com o títuloTerra em transe, no contexto das comemorações dos 30 anos do ICH.
Na série de vídeos ‘CHats de ciência’, produzida pelo Instituto Ciência Hoje, especialistas apresentam de forma simples, curta e dinâmica temas atuais e instigantes do mundo científico. Os ‘CHats’ vão ao ar quinzenalmente, alternando com as edições do nosso podcast, o Estúdio CH.
As primeiras sete produções foram realizadas com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Nossa intenção é dar continuidade ao projeto, mas vale reforçar que, para isso, contamos com a colaboração de nossos leitores, que podem opinar e sugerir novos temas a serem abordados – basta utilizar os comentários abaixo ou entrar em contato pelas nossas redes sociais.
Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
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